Não há nada escondido que não venha a ser descoberto?

Não há nada escondido que não venha a ser descoberto?

Bolsonaro, enquanto Presidente da República, recebeu presentes valiosos e não há nenhuma irregularidade no aceite dessas oferendas, permitida a reciprocidade, com trocas. Então, qual a razão de se investigar  o ex-presidente ao pretexto de que não há nada escondido que não venha a ser descoberto, invocando-se, inclusive, as bençãos do Evangelho sobre Jesus Cristo? A resposta é dada pela Polícia Federal com a Operação Lucas 12:2, onde se investiga um grupo, composto por aliados de Bolsonaro. E se afirma que o esquema não poderia ser escondido para sempre. 

A Federal tem fundadas suspeitas de que regras que disciplinam o destino dado aos objetos (joias preciosas) recebidas pelo ex-presidente foram quebradas. A regra maior é: presentes recebidos em agendas e viagens oficiais devem ser incorporados ao patrimônio da União. A equipe de Bolsonaro (liderado por ele?) não agiu dessa forma. Para chegar ao mérito da matéria, a Federal pediu a quebra dos sigilos bancários e fiscais do ex-presidente. Falta vir a decisão. 

As suspeitas, ditas fundadas, são graves, com origem no crime de peculato- nome que se dá ao furto praticado pelo funcionário público, desvio ou proveito do bem público para a satisfação de interesses pessoais, com pena privativa de liberdade que possa chegar a 12 anos de reclusão. As joias teriam sido transportadas por meio de veículos oficiais, quando das idas do ex-presidente ao exterior e, nessas circunstâncias, teriam sido vendidas. 

Pesa, também, as suspeitas de lavagem do dinheiro adquirido com a venda dos produtos, o que torna ainda mais complexa a situação penal do ex-presidente, se demonstrado pela Federal o esquema que proporcionou que o dinheiro da venda, ao depois, ingressasse no patrimônio pessoal de Bolsonaro. A Federal afirma que itens desse patrimônio público desviado teriam sido encaminhados aos Estados Unidos, avaliados, e submetidos à transferência de terceiros, negociados em dinheiro e posteriormente ingressado no patrimônio pessoal do ex-presidente. Afinal, não há nada escondido que não venha a ser descoberto. 

 

 

 

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