O direcionamento de dinheiro para os congressistas irrigarem obras e projetos de suas bases eleitorais é tema recorrente no Congresso. Os parlamentares ficaram sem repasse de somas que podem totalizar R$ 9.8 bilhões após o STF extinguir, no ano passado, em dezembro, antes do recesso, as denominadas verbas do ‘orçamento secreto’, ou emendas do relator- uma espécie de moeda de troca em negociações políticas da era Bolsonaro. Herdado por Lula, as verbas podem retornar ao Congresso. O problema é que o presidente invoca, temendo eventuais denúncias de corrupção, mais transparência nesses repasses, e quer que o nome do parlamentar seja um dos conteúdos que preencha o requisito das operações. Parlamentares não aceitam.
A ideia do presidente é a de divulgar o nome do agente púbico que ‘apadrinhará’ a operação e não importa que seja o deputado, o senador ou o prefeito. Mas quer o nome. E não há aceitação. Havendo essa divulgação de nomes, a distribuição poderá ser mais equilibrada, porque haverá cobranças, e isso não se quer. A velha política do toma lá dá cá se opõe a esse tratamento, que está na mira de implantação. Não se pode, no entanto, generalizar, há deputados que entendem que esse novo mecanismo, que se tenta implantar, possa dar maior credibilidade à distribuição desse dinheiro. O certo é que estão de olho nessa fatia.