O caso das joias retidas pela Receita Federal do Brasil, e que tiveram como destinatário o ex-presidente Jair Bolsonaro encontram repercussão internacional. Jornais de vários países registram informações sobre os episódios, que teriam sido registrados na data de 26.10.2021. As joias retidas estão avaliadas em R$ 16,5 milhões e foram encontradas na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quando ele desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, vindo da Arábia Saudita.
O caso, no Brasil, foi inicialmente revelado pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. No conjunto de peças valiosas, havia colar, um par de brincos, anel e relógio. O Estadão mostrou, também, que houve ao menos oito tentativas, envolvendo três ministérios que foram acionados, para tentar reaver as joias apreendidas.
Ao jornal “Folha de S.Paulo”, Bento Albuquerque disse que as joias seriam presentes do governo saudita a Jair Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e que iriam compor o acervo histórico da Presidência. À reportagem, o ex-ministro afirmou ser praxe a troca de presentes em eventos internacionais, mas que Bolsonaro e Michelle não compareceram.
Ante essas circunstâncias, foi que a Comitiva que acompanhava o presidente resolveu trazer as caixas onde se encontravam as joias presenteadas. A ex-primeira dama do Palácio do Planalto negou que lhe tenha sido ofertado ou que tenha recebido qualquer presente e chamou os órgãos de imprensa de ‘veículos vexatórios’.
Caso o presente fosse para o presidente do Brasil, as joias deveriam ir para o acervo do governo e Bolsonaro não poderia acessá-las ao deixar a presidência. Um segundo pacote entrou no país como acervo privado do ex-presidente. A Controladoria Geral da União (CGU) abriu uma Investigação Preliminar Sumária (IPS) para coletar elementos e analisar o caso.
Jornais do Estados Unidos, do Reino Unido, França, Qatar, Argentina, entre outros divulgaram o caso e relembraram que o presidente está envolvido em processos no Brasil e pode, inclusive ser declarado inelegível, para as próximas eleições, por ordem de Alexandre de Moraes.