Corregedoria Nacional foca em prestação jurisdicional mais justa

Corregedoria Nacional foca em prestação jurisdicional mais justa

Registre-se! é o nome do programa nacional que atendeu mais de 100 mil brasileiros em situação de vulnerabilidade para solucionar pendências referentes ao registro civil, assegurando cidadania a milhares de pessoas.

A Semana Nacional do Registro Civil, prevista no Provimento nº 140/2023 da Corregedoria Nacional de Justiça, teve a primeira edição em maio de 2023 e integra dezenas de outras ações que integram o balanço de atividades da Corregedoria Nacional no período.

“O desafio da Corregedoria é aprimorar a gestão e contribuir com políticas públicas para tornar o Judiciário mais eficiente, com inovação e modernização, mediante o uso de tecnologias e a adoção de novas práticas”, destaca o corregedor nacional, ministro Luis Felipe Salomão.

De setembro de 2022, início da gestão do ministro, a dezembro deste ano, a Corregedoria finalizou quase 13.000 procedimentos. No mesmo período, via Ouvidoria, foram recebidas 522 demandas, com atendimento de 345 e redirecionamento de 174 pedidos.

Por indicação da Corregedoria Nacional, foram instaurados 56 processos administrativos disciplinares (PAD) contra magistrados e magistradas, com o afastamento cautelar das funções de 22 deles. Houve também a abertura de 31 processos em virtude de postagens em redes sociais de integrantes da magistratura, com a determinação, em 12 casos, de bloqueio das redes dessas pessoas.

A questão da regularização fundiária foi uma das frentes que mobilizou os trabalhos da Corregedoria Nacional em 2023. Dois normativos regularam as ações destinadas ao assunto: um deles foi o Provimento 144/2023, que instituiu o Programa Permanente de Regularização Fundiária na Amazônia Legal e a Semana Nacional de Regularização Fundiária. Já o Provimento 158/2023 criou o Programa Permanente de Regularização Fundiária Plena de Favelas e Assentamentos Irregulares – Solo Seguro.

“São iniciativas que incentivaram o diálogo permanente entre a administração pública e a sociedade para o enfrentamento da grilagem de terras, o fortalecimento da governança fundiária, à promoção da Justiça e o acesso regular à terra, a segurança jurídica e a proteção ambiental”, explica o corregedor nacional.

Durante o processo eleitoral de 2022, a Corregedoria Nacional teve atuação firme para a preservação da independência e imparcialidade dos juízes. Como forma de garantir a lisura e a segurança das eleições, foi editado o Provimento 135/2023, que determinou a criação de juízos específicos para tratar de questões relativas à violência política e regulamentou as condutas proibidas para magistrados.

Com papel fundamental na promoção da eficiência e da efetividade do Poder Judiciário, com previsão constitucional, a Corregedoria Nacional promoveu inspeções e correições para identificar e disseminar práticas que tragam eficiência aos juízos e serviços administrativos e cartorários.

Na atual gestão, houve inovação nessa prática, com visitas institucionais do corregedor Nacional aos chefes dos Poderes Executivo e Legislativo locais. “A intenção é encontrar, conjuntamente, soluções para as demandas mais urgentes do Judiciário”, justifica o corregedor.

De setembro de 2022 a dezembro deste ano, foram realizadas 31 ações em unidades judiciárias, sendo 19 inspeções em tribunais de Justiça, 12 correições em unidades jurisdicionais de primeiro e segundo graus e duas correições em conjunto com o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF).

Para otimizar e padronizar os trabalhos, houve aprimoramento da coleta de dados, que passou a contar com auxílio do setor de segurança institucional do Superior Tribunal de Justiça e melhoria da gestão administrativa, por meio da formação de cadastro de disponibilidade, composto por magistrados e servidores com reconhecida expertise na execução dos trabalhos de inspeção.

O Provimento 156/2023 ainda contribuiu para institucionalizar esses trabalhos com a edição de manual de orientações para inspeções e correições, que servirá de referencial ao sistematizar os diversos procedimentos em cada uma das fases que compõem a ação de inspeção.

Na mesma linha e sob consulta pública, o Provimento 149/2023 instituiu o Código Nacional de Normas da Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça – Foro Extrajudicial. Após os resultados analisados, haverá consolidação dos normativos em relação às atividades administrativas e judiciais.

Sem violência
Para contribuir no enfrentamento à violência contra a mulher, o Provimento 147/2023 estabeleceu protocolo específico para o atendimento a vítimas e recebimento de denúncias envolvendo magistrados, servidores do Poder Judiciário, notários e registradores. As denúncias são feitas de forma sigilosa e simplificada, sendo atendidas ainda as vítimas desassistidas de advogado.

Outra ação com foco na promoção da dignidade da pessoa humana foi a nacionalização do “Programa Novos Caminhos”. O projeto criado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em 2013, contribui para desenvolver as potencialidades e auxiliar na construção da autonomia dos adolescentes que se encontram ou passaram por medida protetiva de acolhimento, a fim de proporcionar a perspectiva de uma vida adulta com qualidade e dignidade.

O programa conta com a parceria do Poder Judiciário, da Federação das Indústrias do Estado e da Associação de Magistrados Catarinenses, para capacitar e inserir os adolescentes no mercado de trabalho. Os primeiros resultados da nacionalização tiveram o Tribunal de Justiça do Amazonas como palco. No mês de dezembro, 18 desses jovens concluíram a capacitação para o mundo do trabalho, sendo que oito tiveram empregabilidade imediata por meio do Programa Jovem Aprendiz.

Ao longo do primeiro ano de gestão, cabe destacar a instituição de outras medidas, como o aprimoramento das regras de averbação de alteração de nome, de gênero, ou de ambos, de pessoas transgênero; e a implantação da Comissão de Proteção de Dados, no âmbito da Corregedoria, com vistas à proposição de diretrizes com critérios sobre a aplicação, interpretação e adequação das serventias à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Em 2023, foi regulamentado ainda o Sistema Eletrônico dos Registros Públicos (Serp), o Operador Nacional do Sistema de Registros Públicos (Onserp), o Fundo para a Implementação e Custeio do Sistema Eletrônico de Registros Públicos (FIC-Onserp), o Fundo para a Implementação e Custeio do Sistema Eletrônico do Registro Civil de Pessoas Naturais (FIC-RCPN) e o Fundo para a Implementação e Custeio do Sistema Eletrônico do Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoas Jurídicas (FIC-RTDPJ), além da instituição do Operador Nacional do Registro Civil de Pessoas Naturais (ON-RCPN) e o Operador Nacional do Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoas Jurídicas (ON-RTDPJ).

Merece destaque ainda o combate à litigância predatória, a partir de reuniões com os tribunais para identificação, regulamentação e promoção de protocolos que combatam essa prática.

Com informações do CNJ

Leia mais

Improbidade existe mesmo com obra concluída, se houve pagamento sem o serviço, fixa Justiça no Amazonas

A Justiça Federal do Amazonas reafirmou que o simples término posterior de uma obra pública não afasta a configuração do ato de improbidade administrativa...

Justiça condena SUHAB, IPAAM e Soafil por destruição de sítio arqueológico em Manaus

Sentença da Juíza Laís Durval Leite reconheceu que os danos causados ao sítio arqueológico Nova Cidade, em Manaus, foram irreversíveis e, por isso, os...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Improbidade existe mesmo com obra concluída, se houve pagamento sem o serviço, fixa Justiça no Amazonas

A Justiça Federal do Amazonas reafirmou que o simples término posterior de uma obra pública não afasta a configuração...

Justiça condena SUHAB, IPAAM e Soafil por destruição de sítio arqueológico em Manaus

Sentença da Juíza Laís Durval Leite reconheceu que os danos causados ao sítio arqueológico Nova Cidade, em Manaus, foram...

TJPR condena agência de publicidade por suspender acesso de cliente às suas redes sociais

O 4º Juizado Especial Cível de Maringá, do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), condenou uma agência...

TJ-PR reconhece cachorro Tokinho como vítima e autor em ação por maus-tratos

O cachorro Tokinho, reconhecido como parte em um processo contra maus-tratos, receberá indenização por danos morais do seu ex-tutor....