Réu por improbidade pede para ser ouvido por último e TJ-PR suspende audiência

Réu por improbidade pede para ser ouvido por último e TJ-PR suspende audiência

Devido à existência de controvérsia com relação à ordem das oitivas, a desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, do Tribunal de Justiça do Paraná, determinou, em liminar, a suspensão de uma audiência de instrução em uma ação de improbidade administrativa. Um dos réus no processo pede que seu interrogatório ocorra por último.

O pedido se baseia no §18 do artigo 17 da Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que foi incluído na reforma da norma feita em 2021. O dispositivo garante ao réu, em ações do tipo, o direito de ser interrogado sobre os fatos da ação e estipula que a recusa ou o silêncio não implicam confissão.

Segundo o réu, a redação do parágrafo em questão passou a tratar a oitiva dos acusados também como meio de defesa, o que a aproximou mais do interrogatório do processo penal (em vez do depoimento pessoal do processo civil).

Ainda conforme sua argumentação, ao prever o direito de o acusado não produzir provas contra si, a lei reforçou o caráter penal da ação de improbidade administrativa e passou a tratá-lo como réu.

Assim, conforme princípios da Constituição e do Código de Processo Penal, o interrogatório do réu deveria ser feito apenas ao término da instrução. Por isso, o autor do pedido defendeu que ele e os demais acusados fossem interrogados por último, após a oitiva das testemunhas da acusação e da defesa.

O pedido foi negado em primeira instância. A Vara da Fazenda Pública de Colorado (PR) se baseou no Código de Processo Civil, segundo o qual as testemunhas devem ser ouvidas após o réu.

O juízo argumentou que a imposição de sanções por improbidade devem seguir o procedimento comum do CPC, exceto nas hipóteses previstas na LIA, como diz a própria lei. Ou seja, seria necessária expressa previsão de inversão da ordem estipulada pelo CPC.

Mesmo assim, segundo Maria Aparecida, caso o pedido do réu fosse negado liminarmente e, mais tarde, o TJ-PR decidisse acatá-lo, seria necessário anular parte ou a íntegra da audiência de instrução, “efeito certamente deletério para o processo e em contrariedade aos princípios da celeridade e economia processuais”.

Por outro lado, não haveria prejuízo em esperar a apreciação definitiva da questão pelo colegiado, “para que a lide venha a ser dirimida, com maior grau de confiabilidade e segurança na conclusão jurídica a ser alcançada”.

O autor do pedido de troca da ordem da audiência é representado pelo advogado Guilherme Barcelos, do escritório Barcelos Alarcon Advogados. Com informações do Conjur

Leia mais

TCE-AM revoga suspensão de contratação emergencial de transporte escolar em Rio Preto da Eva

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) decidiu revogar a medida cautelar que havia suspendido a contratação emergencial de empresa para prestar...

Blogueira que atropelou personal trainer em acidente em Manaus pode ser condenada a indenizar família

A empresária Rosa Ibere Tavares Dantas será julgada pela Justiça do Amazonas pela suposta responsabilidade em acidente de trânsito que resultou na morte do...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

TCE-AM revoga suspensão de contratação emergencial de transporte escolar em Rio Preto da Eva

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) decidiu revogar a medida cautelar que havia suspendido a contratação...

PP e União Brasil lançam superfederação com promessas de disputar o Planalto em 2026

Mesmo com quatro ministérios no governo Lula (PT), os partidos PP e União Brasil oficializaram nesta terça-feira (29) a...

STJ decide que PagSeguro não é responsável por fraude em venda online feita por lojista

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o PagSeguro não deve ser responsabilizado por uma fraude cometida em...

STF invalida mais três leis municipais que proíbem linguagem neutra em escolas

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucionais leis dos municípios de Porto Alegre (RS), Muriaé (MG) e São Gonçalo...