Parceria entre CNJ e UBER no combate à violência contra a Mulher pode ampliar rede de proteção

Parceria entre CNJ e UBER no combate à violência contra a Mulher pode ampliar rede de proteção

A conselheira Renata Gil e a secretária-Geral do CNJ, juíza Adriana Cruz, se reuniram com o vice-presidente e diretor jurídico da Uber, Tony West, nesta quarta-feira (10/4) no Conselho Nacional de Justiça. O encontro visou o alinhamento de possíveis parcerias para conscientização e divulgação de canais de denúncias contra a violência contra a mulher. A iniciativa, vai ao encontro das pautas prioritárias da gestão do presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso: o combate à violência de gênero de todas as naturezas.

O envolvimento dos motoristas do aplicativo no apoio às vítimas de violência e o correto encaminhamento das mulheres ao sistema de Justiça e às forças policiais foi um dos itens debatidos. “Precisamos ampliar a rede de proteção”, destacou a conselheira. Segundo ela, a intenção é firmar parceria com a plataforma de transporte por meio de um termo de cooperação.

Sinal Vermelho
Supervisora da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres no Poder Judiciário, a conselheira Renata Gil explicou que a Lei do Sinal Vermelho nasceu a partir de programa criado, em junho de 2020, em parceria do Conselho com a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que ela presidia à época.

Um ano depois, a ação ganhou corpo com a sanção da Lei 14.188, que definiu o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica como uma das medidas de combate à violência contra a mulher. “Vamos manter essa marca, do X Vermelho na mão, já conhecida e utilizada por tantas mulheres e em diferentes países para ampliar esse debate e o alcance da campanha.”

A secretária-geral do CNJ, Adriana Cruz, reforçou a importância do diálogo e da união de esforços entre o CNJ e outras instituições. “Reconhecemos que há ainda um longo caminho a percorrer na garantia da proteção e igualdade para as mulheres e o alinhamento para ações conjuntas é essencial para ampliar a conscientização sobre essas questões, frisou. Para ela, “somente com esforços coordenados e colaborativos será possível alcançar mudanças significativas”.

Com 30 milhões de usuários no Brasil, a preocupação em oferecer transporte seguro, principalmente às mulheres, levou a Uber a buscar apoio de especialistas que atuam com a temática, expôs o vice-presidente sênior e diretor jurídico da plataforma, Tony West. Ele se colocou à disposição para a contribuição da Uber na causa.

Segundo ele, a empresa já procura aprimorar os serviços para assegurar que as mulheres se sintam seguras. “Se elas estiverem seguras, todos os outros estarão”, disse referindo-se a situações que homens geralmente não enfrentam, como o medo de deslocar-se desacompanhados ou à noite.

Ele ainda ressaltou que algumas iniciativas, em vigor em outros países, como a possibilidade de os carros da plataforma transportarem gratuitamente para locais seguros mulheres ameaçadas, podem ser estudadas para uso também no Brasil.

A reunião contou com a presença de outros diretores da Uber, Silvia Penna, diretora-geral da Uber Brasil; Ianda Lopes e Carolina Machado, diretoras jurídicas; Jodi Page, chefe de gabinete do Jurídico Global; e Natália Falcon, gerente de comunicação. Também participaram do encontro a juíza Julianne Marques, diretora-geral da AMB Mulheres; Mario Esper, presidente do Conselho Deliberativo da ABNT, e Thainá Moraes, fundadora do Instituto Nós por Elas.

Com informações CNJ

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