STJ: compartilhamento indevido de dados pessoais gera indenização automática por dano moral

STJ: compartilhamento indevido de dados pessoais gera indenização automática por dano moral

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou entendimento de que a disponibilização de informações pessoais armazenadas em banco de dados, sem autorização do titular e sem comunicação prévia, caracteriza violação aos direitos da personalidade e impõe a obrigação de indenizar por danos morais. O colegiado definiu que o dano é presumido, não sendo necessária a comprovação de prejuízos concretos.

O caso analisado (REsp 2.201.694) envolveu consumidor que processou uma agência de informações de crédito após a divulgação indevida de dados como número de telefone. Em primeira instância, a ação foi julgada improcedente, decisão mantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que considerou a atuação da empresa respaldada pela legislação específica.

No recurso ao STJ, prevaleceu o voto da ministra Nancy Andrighi. Ela destacou que, de acordo com a Lei 12.414/2011, o gestor de banco de dados pode fornecer a terceiros apenas o score de crédito, sem consentimento, e o histórico de crédito, desde que autorizado de forma específica pelo consumidor. Informações cadastrais e de adimplemento, por outro lado, só podem circular entre instituições de cadastro, sendo vedada a disponibilização direta a terceiros.

Para a ministra, a divulgação indevida gera responsabilidade objetiva da empresa, já que a sensação de insegurança provocada pelo uso não autorizado dos dados basta para configurar o dano moral. Assim, o STJ reformou a decisão paulista e reconheceu o direito do consumidor à reparação.

REsp nº 2201694 / SP

Leia mais

Justiça obriga Crefisa a entregar contratos de empréstimo e impõe condenação por negativa injustificada

A recusa de instituição financeira em disponibilizar cópias de contratos de empréstimo configura violação ao direito de informação do consumidor e legitima a propositura...

Precedente sobre extinção de quinquênios no Amazonas não comporta dúvidas, fixa Turma

Sem vícios formais que maculem a decisão que aplicou precedente do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da constitucionalidade da lei que extinguiu os quinquênios...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Justiça obriga Crefisa a entregar contratos de empréstimo e impõe condenação por negativa injustificada

A recusa de instituição financeira em disponibilizar cópias de contratos de empréstimo configura violação ao direito de informação do...

STJ: compartilhamento indevido de dados pessoais gera indenização automática por dano moral

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou entendimento de que a disponibilização de informações pessoais armazenadas...

CNJ decide que rejeição de contas sem débito ou só com multa não impede cargo no Judiciário

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, em sessão virtual, alterações na Resolução n.º 156/2012, que disciplina a vedação...

Precedente sobre extinção de quinquênios no Amazonas não comporta dúvidas, fixa Turma

Sem vícios formais que maculem a decisão que aplicou precedente do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da constitucionalidade da...