Justiça condena Too Seguros por venda casada em contratação de empréstimo no Amazonas

Justiça condena Too Seguros por venda casada em contratação de empréstimo no Amazonas

O Juiz Manuel Amaro Pereira de Lima, da 3ª Vara Cível, julgou procedente a ação movida por um consumidor contra a Too Seguros, reconhecendo a prática abusiva de venda casada. A decisão determinou a devolução de R$ 1.400 ao autor e fixou indenização por danos morais in re ipsa no valor de R$ 3 mil.

Na sentença, o magistrado apontou que a financiadora condicionou a concessão do empréstimo à contratação obrigatória de um seguro, sem oferecer ao cliente a possibilidade de escolha. Essa prática, segundo o entendimento do Juiz, configura ato ilícito nos termos do artigo 39, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que proíbe a imposição de produtos ou serviços como condição para a venda de outros.

A decisão enfatiza que a cobrança indevida do seguro reflete a conduta abusiva da seguradora, caracterizando-se como uma tentativa de onerar excessivamente o consumidor sem sua anuência.

Segundo o magistrado, “a cobrança de seguro sem a livre escolha do consumidor constitui venda casada, sendo imperioso reconhecer a abusividade e o consequente dever de restituição do valor cobrado indevidamente”. Ademais, ele destacou a presunção de dano moral, dado que o consumidor foi compelido a aderir a um contrato acessório sem manifestação de vontade.

O Juiz também ressaltou que, nos contratos bancários, é vedado obrigar o consumidor a contratar seguro com a instituição financeira ou com seguradora por ela indicada. A vinculação compulsória desse tipo de serviço ao contrato principal desvirtua a autonomia do consumidor e fere os princípios basilares do CDC.

Com a decisão, a Too Seguros deverá restituir os valores pagos indevidamente e arcar com a indenização por danos morais, em razão da prática abusiva reconhecida judicialmente.

Processo n.º 0524771-57.2024.8.04.0001

Leia mais

TJAM anula prisão preventiva decretada de ofício sem pedido do Ministério Público

A Justiça do Amazonas considerou ilegal a prisão preventiva decretada de ofício, sem pedido do Ministério Público, por violar a Súmula 676 do STJ...

TRT do Amazonas fixa que é possível cobrar honorários em processo individual sobre ação coletiva

O Tribunal do Trabalho do Amazonas entendeu que o pedido feito individualmente após sentença coletiva é um novo processo, o que permite pagar advogado...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Lula sanciona lei torna permanente a Política Nacional Aldir Blanc

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta sexta-feira (2), o projeto de lei 363/2025, que torna a...

Crise no INSS leva à demissão de Carlos Lupi, Governo anuncia sucessor

O ministro Carlos Lupi pediu demissão do Ministério da Previdência Social nesta sexta-feira, 2 de maio de 2025, em...

Saiba como consultar os locais de prova do concurso do MPU

Os locais de aplicação das provas do concurso público do Ministério Público da União (MPU) no próximo domingo (4) já...

Comissão aprova integração de saúde e assistência social em instituições de longa permanência para idosos

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa aprovou proposta que prevê a integração dos serviços oferecidos em...