A prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na Itália não será objeto de deliberação da Câmara dos Deputados.
Em declaração pública nesta terça-feira (29), o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o Parlamento não tem competência constitucional para votar a prisão da parlamentar, mas apenas para deliberar sobre a eventual perda de seu mandato, conforme prevê o artigo 55, §2º, da Constituição Federal.
A declaração de Motta foi publicada nas redes sociais, na qual o presidente da Câmara relatou ter tomado conhecimento da prisão por meio da imprensa e informou que consultou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que repassou informações preliminares.
O deputado destacou que a Casa aguarda as manifestações oficiais do Ministério da Justiça brasileiro e do governo italiano, ressaltando que “as providências que cabem à Câmara já estão sendo adotadas, por meio da representação que tramita na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), em obediência ao Regimento e à Constituição”.
Zambelli foi presa na Itália após ter sido incluída na lista vermelha da Interpol, tornando-se procurada internacionalmente em 196 países. A ordem de prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após a deputada ser condenada, com trânsito em julgado, a uma pena de dez anos de reclusão pelos crimes de falsidade ideológica e invasão de sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A extradição da parlamentar dependerá de decisão da Justiça italiana, com base nos tratados internacionais firmados entre Brasil e Itália. Até que haja manifestação favorável das autoridades italianas, Zambelli deverá permanecer presa naquele país.
Segundo a Constituição Federal, em seu art. 55, inciso VI, c/c §2º, é atribuição da Câmara dos Deputados decidir sobre a perda de mandato parlamentar quando houver condenação criminal transitada em julgado, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político com representação no Congresso.
A representação contra Zambelli, nesse sentido, já se encontra em tramitação na CCJC, onde deverá ser emitido parecer antes de eventual votação em plenário.
Câmara só decidirá sobre mandato de Zambelli, afirma Hugo Motta
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