Banco comprova que cliente validou contrato com biometria facial e juiz declara ausência de ilícito

Banco comprova que cliente validou contrato com biometria facial e juiz declara ausência de ilícito

O autor alegava não ter contratado a apólice de seguro nem autorizado os débitos, sustentando a prática de ato ilícito pelo banco réu e solicitando reparação por danos morais e materiais. O banco, por sua vez, apresentou em juízo provas consistentes da regularidade da contratação, incluindo cópias do contrato assinado, apólice de seguro ativa e registro de biometria facial do autor, vinculando-o diretamente ao ato. Para o Juiz Marcelo Manuel da Costa Vieira, do 7º Juizado Especial Cível da Comarca de Manaus, no caso examinado, faltaram os elementos essenciais para a responsabilização civil: ato ilícito, culpa, dano e nexo causal.

No caso concreto, o banco apresentou em juízo provas consistentes da regularidade da contratação de um seguro debitado na conta do cliente em forma de desconto mensal que o autor disse não reconhecer. Com cópias do contrato assinado, apólice de seguro ativa e registro de biometria facial referentes ao cliente, autor da ação de obrigação de fazer, o magistrado, para julgar improcedente o pedido, levou em consideração os elementos essenciais para a responsabilização civil

De acordo com o juiz, o Agibank, ao apresentar os contratos e os meios de sua efetivação, inclusive pelo sistema virtual, comprovou que o cliente celebrou a contratação de forma livre e espontânea, evidenciando a sua vontade de contratar. Assim, resta descaracterizada a prática de qualquer ilícito por parte da instituição financeira.

“O réu exerceu seu direito dentro dos limites legais, tendo a contratação do seguro sido devidamente corroborada por elementos objetivos que vinculam a parte autora”, destacou o julgador. Além disso, ressaltou que o exercício regular de um direito constitui causa excludente de responsabilidade civil, conforme previsto no artigo 188, inciso I, do Código Civil.

Quanto ao nexo causal, embora os danos apontados pelo autor (os descontos realizados) existissem, a decisão concluiu que tais danos não decorreram de conduta antijurídica do réu. Nesse sentido, o magistrado fundamentou sua decisão na teoria da causalidade adequada, destacando que a instituição financeira não praticou qualquer ato ilícito ou excessivo, não havendo culpa civil indenizatória.

A decisão reforça o entendimento de que cabe ao autor, na esfera cível, o ônus de comprovar a prática de ilícito pelo réu, assim como a relação de causalidade entre a conduta supostamente irregular e o dano sofrido. Além disso, o caso destaca a importância das provas documentais e da tecnologia biométrica na validação de contratos. A sentença é passível de recurso.

PROJUDI – Processo: 0053498-93.2024.8.04.1000 

Leia mais

Sem a prova de que houve tortura na apreensão de meia tonelada de drogas, não se invalida prisão, fixa STJ

Decisão do ministro Sebastião Reis Júnior afasta alegação de tortura física e psicológica e mantém prisão preventiva de acusados de tráfico em Barcelos, no...

STJ: juiz viola sistema acusatório ao decretar prisão preventiva quando MP pede só medidas cautelares

Decisão de Ribeiro Dantas reforça o sistema acusatório e veda conversão automática de flagrante em preventiva, mesmo diante de crimes graves. O Superior Tribunal de...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Justiça autoriza pesquisa patrimonial em nome de cônjuge do executado

Por unanimidade de votos, a 13ª Turma do TRT da 2ª Região reformou sentença e determinou que se faça...

Trabalhadora dispensada no início do contrato de experiência não será indenizada por ‘perda de uma chance’

O direito à indenização por “perda de uma chance” surge quando a vítima é privada da oportunidade de alcançar...

Juiz não pode decretar prisão quando MP requer medidas menos gravosas, entende STJ

​Para a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não cabe ao juiz converter a prisão em flagrante...

Hospital público é condenado por recusa de atendimento

A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) manteve a sentença da 1ª Vara de Fazenda...