Continuidade da Administração Pública autoriza cobranças de direitos contra o novo gestor

Continuidade da Administração Pública autoriza cobranças de direitos contra o novo gestor

A desembargadora Nélia Caminha Jorge, do Tribunal de Justiça, ao examinar processo em que se debateu pedido de servidor público para que um município desembolsasse o pagamento de danos sofridos pelo atraso em salários, fixou, ao rebater argumentos contrários a esse direito, pela Prefeitura de Coari, que perante ‘o princípio da continuidade da Administração Pública, o ente público, independentemente da gestão, tem o dever de honrar os compromissos, em especial o pagamento das verbas salariais de seus servidores’. Se manteve, assim, o pedido indenizatório da funcionária, Neiris Silva.

No bojo da decisão, também se rejeitou o pedido da servidora que pretendeu que a impugnação fosse negada sob o motivo levantado de que o recurso não se harmonizava com os fundamentos abordados na sentença – não havendo dialeticidade – ou o diálogo que se impõe ao recorrente com os contornos da decisão. A alegação foi rejeitada, adentrando-se na rejeição do recurso com o reconhecimento da responsabilidade do novo gestor, pelo fato de que a Administração é contínua.

Fixou-se, ainda, que o desembolso do pagamento contestado, deveria ser realizado, dentro da data indicada como termo inicial dos valores devidos e reconhecidos pela sua obrigatoriedade de pagamento a partir do dia em que esses direitos deveriam ter sido cumpridos – da data em que o pagamento deveria ser obrigatoriamente ser efetuado. 

Em arremate, a decisão fixa que seja ‘imperioso que o administrador público possui o dever de cumprir com lealdade e eficiência a gestão dos recursos públicos, como também diante da aplicabilidade do princípio da continuidade da Administração Pública, o ente, independentemente da gestão, tem o dever de honrar os compromissos, em especial o pagamento das verbas salariais de seus servidores”. O que não se pode tolerar, editou-se, é o enriquecimento ilícito do ente público. 

Apelação Cível n.º 0000320-13.2020.8.04.3801

Leia a ementa:

EMENTA – DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO ORDINÁRIA. APELAÇÃO CÍVEL. NÃO PAGAMENTO DE SALÁRIO E 13.º A SERVIDOR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. GESTÃO ANTERIOR. IRRELEVÂNCIA. DANOS MORAIS. OCORRÊNCIA. APELAÇÃO DESPROVIDA.

Leia mais

Se o plano não prova o contrário, prevalece a alegação de que não houve atendimento na rede credenciada

O Tribunal de Justiça do Amazonas manteve decisão que reconheceu falha na prestação de serviço por operadora de saúde que não comprovou a regularidade...

Culpa do comprador pode justificar retenção proporcional na desistência de imóvel na planta

Em contratos de promessa de compra e venda de imóveis rescindidos por culpa exclusiva do comprador, o percentual de retenção sobre os valores pagos...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

STF responsabilizou 1.190 pessoas por atos antidemocráticos de 2023

O Supremo Tribunal Federal já responsabilizou 1.190 pessoas por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023....

Se o plano não prova o contrário, prevalece a alegação de que não houve atendimento na rede credenciada

O Tribunal de Justiça do Amazonas manteve decisão que reconheceu falha na prestação de serviço por operadora de saúde...

Empresa é condenada porque investigava candidatos para admissão em emprego

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Intercement Brasil S.A., de São Paulo-SP, a pagar indenização...

Supermercado não é responsabilizado por ataque com faca que estava à venda no local

Um supermercado não pode ser civilmente responsabilizado pelo ataque praticado contra uma cliente por uma pessoa que se utilizou...