Sair para roubar com emprego de arma é assumir que pode usar o artefato para matar

Sair para roubar com emprego de arma é assumir que pode usar o artefato para matar

O fato se deu em Copacabana, no Rio de Janeiro. Era um assalto às Casas Bahia. O vigilante se preparava para baixar as portas da loja, oportunidade em que Brendon o abordou apontando-lhe uma pistola e anunciou que se tratava de um assalto. Mais dois comparsas ingressaram no estabelecimento, também armados, impedindo que os funcionários saíssem. Brendon foi até o caixa, de lá arrecadou todo o dinheiro. O gerente e os estoquistas foram obrigados a acompanhá-lo até o depósito, de onde retiraram várias mercadorias. Mas a polícia foi acionada por alguém de fora, que percebeu o movimento. Os réus saíram da loja e se separaram. Um deles, atirou contra a polícia, e um policial foi ferido, mas não morreu. Tentativa de latrocínio. A desclassificação negada pelo TJSP chegou à Ministra Laurita Vaz por meio de habeas corpus, que restou indeferido.  

Na origem o TJSP considerou que “ao efetuarem disparos conta os policiais, para permitir a subtração das mercadorias e do dinheiros, os acusados deram início a um crime de latrocínio, sendo que este não se consumou por circunstâncias alheias à vontade dos agentes, eis que não ocorreu o evento lesão grave ou morte”.

O habeas corpus sustentou que a conduta deveria ser desclassificada para roubo majorado tentado, pois Brendon em nenhum momento assumiu o risco de participar de um delito de latrocínio. O intuito era, como restou expressamente insistido no habeas corpus, “garantir o sucesso da empreitada criminosa e possibilitar a subtração, assim, o resultado morte ou lesão grave não esteve na esfera de vontade do Paciente. 

“O prévio conhecimento do Agente acerca da utilização de arma de fogo no crime de roubo impõe a sua responsabilização por eventual morte da vítima ou tentativa, tendo em vista ser tal resultado desdobramento ordinário da conduta criminosa em que todos contribuem para a prática do evento típico. No caso, o próprio Paciente portava a arma de fogo, tendo inclusive apontado o referido artefato para um dos vigilantes no estabelecimento vítima”, arrematou a Ministra. Habeas Corpus negado. 

STJ HC 663186 RJ 2021

Leia mais

Justiça condena Banco Itaú por cobrar tarifas não contratadas de consumidor no Amazonas

Sentença da 17ª Vara Cível de Manaus reconheceu prática abusiva e determinou devolução em dobro dos valores descontados, além de indenização por danos moraisA...

Plano de Saúde é condenado no Amazonas por negar cirurgia após nova lei obrigar cobertura

A recusa indevida ou injustificada da operadora de saúde, em autorizar cobertura financeira a que esteja legal ou contratualmente obrigada, configura hipótese de dano...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Carrinhos de compras adaptados garantem inclusão de crianças com deficiência, decide STF

A adaptação dos carrinhos não tem o objetivo de transportar pessoas, mas sim de permitir que crianças com deficiência...

STJ decide que plano de saúde deve aceitar neto de titular como dependente

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que um recém-nascido, filho de um dependente do plano de saúde, também...

Mesmo negada, tentativa de desconsiderar empresa gera direito a honorários, decide STJ

O STJ considerou possível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios nos casos em que se nega o pedido...

Justiça condena Banco Itaú por cobrar tarifas não contratadas de consumidor no Amazonas

Sentença da 17ª Vara Cível de Manaus reconheceu prática abusiva e determinou devolução em dobro dos valores descontados, além...