Conselho Federal integra comissão de conciliação do STF sobre demarcação de terras indígenas

Conselho Federal integra comissão de conciliação do STF sobre demarcação de terras indígenas

O diretor-tesoureiro do Conselho Federal da OAB, Leonardo Campos, participou da primeira audiência da comissão de conciliação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as ações que envolvem o marco temporal para demarcação de terras indígenas. Convocado pelo ministro Gilmar Mendes, o encontro ocorreu nessa segunda-feira (5/8), de forma híbrida.

Ao abrir a sessão, o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, falou do ineditismo da iniciativa coordenada por Gilmar Mendes, relator das ações de controle de constitucionalidade que incluem a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 87, as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) 7.582, 7.583 e 7.586, além da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 86. O objetivo é manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco temporal e de processos nos quais entidades que representam os indígenas e partidos governistas contestam a constitucionalidade da tese.

“A Lei 14.701/2023, que é o centro das discussões que estamos travando aqui, enfrenta controvérsias sobre sua constitucionalidade. Considero uma iniciativa importante e louvável. Existe uma clara divergência entre o Judiciário e o Executivo de um lado e o Legislativo de outro. Embora caiba ao STF a interpretação final sobre o sentido e o alcance da Constituição e das leis, considero institucionalmente desejável encontrar uma solução que consiga organizar, se for possível, as diferentes visões da matéria”, afirmou o presidente do STF, reiterando o “esforço sincero de se encontrar uma solução negociada”.

Por sua vez, o ministro Gilmar Mendes explicou o esforço de conciliação. “A instauração desta comissão especial tem ensejado protestos e vozes que, incapazes de compreender a função da jurisdição constitucional de analisar a crise sobre todos os ângulos, rotulam essa mesa de debates como um ‘bazar de negócios’. Não há verdadeira pacificação social com a imposição unilateral de vontades e visões de mundo”, defendeu.

Pacificação

Segundo Gilmar Mendes, a oportunidade iniciada com a comissão especial é “uma janela de pacificação histórica e deve ser aproveitada por todos, para que se tente produzir um resultado em cooperação entre todos os participantes”. Ele mencionou que a comissão especial como método de autocomposição no âmbito do STF é um “espelho dessa desarmonia institucional, social, política e cultural”.

Ao concluir, o ministro relator agradeceu o espírito cooperativo dos participantes da comissão. “Estou certo de que saio daqui com a alma reforçada de que ‘ao fim e ao cabo’ teremos êxito e de que vamos encaminhar soluções construtivas e que pacifiquem muitas relações conflituosas que hoje vivenciamos”, disse.

Também participaram da reunião representantes da Articulação dos Povos Indígenas (Apib), da Advocacia-Geral da União (AGU), da Procuradoria-Geral da República (PGR), dos ministérios da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Fórum de Governadores, do Colégio Nacional de Procuradores de Estado, da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), além de parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

A previsão é de que as reuniões da comissão de conciliação prossigam até 18 de dezembro.

Com informações da OAB Nacional

Leia mais

Benjamin Constant e Rio Preto da Eva terão sedes próprias do Ministério Público do Amazonas

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) dará um passo significativo para o fortalecimento da sua presença no interior. Os municípios de Benjamin...

Motorista embriagado que causou morte é condenado a mais de 10 de prisão em Manaus

Manoel Benvindo Pinheiro Neto foi condenado a 10 anos e 6 meses de reclusão pelos crimes de homicídio simples e condução de veículo automotor...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Programação do Dia da Amazônia mobiliza para COP30

Como parte da celebração do Dia da Amazônia, comemorado nesta sexta-feira (5), organizações, movimentos sociais e coletivos da sociedade...

Homem é condenado a 18 anos por feminicídio após discussão sobre horário de chegada da companheira

Um homem que matou a companheira em Patrocínio Paulista foi condenado a 18 anos de prisão em regime inicial...

Idoso é condenado a mais de 18 anos por estupro de vulnerável e ameaça

O réu também foi sentenciado a pagar R$ 5 mil à vítima a título de danos morais. A menina...

Justiça condena homem por ataque a residência durante festa de fim de ano

Jurados reconheceram qualificadoras de perigo comum e impossibilidade de defesa da vítima na tentativa de homicídio, conforme sustentou o...