TJ-AM definirá se candidato com deficiência após inscrição no concurso pode concorrer por cotas

TJ-AM definirá se candidato com deficiência após inscrição no concurso pode concorrer por cotas

Entraves existentes para a integração à sociedade da pessoa com deficiência impõem eliminação. A PCD-pessoa com deficiência, é naturalmente impedida de participar em igualdade de condições com as demais, seja por barreiras de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Porém, essas barreiras devam ser concomitantes ao tempo do enfrentamento dessas adversidades. A questão se aplica a concursos públicos. O TJ-AM examinará se é possível a PCD concorrer por cotas se essa deficiência foi adquirida após a inscrição no concurso. 

O Tribunal de Justiça do Amazonas reexamina, em grau de recurso de apelação, o pedido de uma pessoa que adquiriu deficiência física após sua inscrição num concurso realizado no Estado do Amazonas, referente ao edital nº 01/2022, da Sefaz. No caso concreto o autor pediu que seja  integrado definitivamente na lista de Pessoas com Deficiência, para que se submeta às fases posteriores do certame nessa condição porque sofreu acidente que o tornou pessoa deficiente após a inscrição no certame. Sentença do Juiz Leoney Figliuolo julgou improcedente o pedido. 

O Magistrado invocou o edital do concurso e o princípio da vinculação ao ato que regeu o certame.

De acordo com o Juiz o autor não estaria inserido, durante o processo de inscrição, ante o contexto que permitiria participar do concurso em condições especiais, porque, na época, não conviveu com qualquer barreira que o impedia de concorrer ou se preparar para o concurso. Isso em momento muito anterior à realização das provas. O infortúnio que o deixou deficiente sobreveio bem depois, dispôs o Juiz. 

“A inserção do autor na lista de candidatos, ao contrário do que argumenta o Requerente, geraria evidente prejuízo aos demais classificados, posto que alteraria as classificações definidas, com afronta ao princípio da isonomia”. O candidato recorreu.   

O processo se encontra em preparo para julgamento junto a Terceira Câmara Cível e tem como relator o Desembargador Lafayette Carneiro Vieira Júnior, do TJAM. 

Em parecer da Procuradora de Justiça Jussara Maria Pordeus, do MPAM, o Ministério Público se manfiestou no sentido de que a sentença desmerece reparo, pois, dentre os princípios que regem o concurso público, destaca-se o da vinculação ao edital, que determina que os   os atos do certame se pautem pela estrita obediência às cláusulas editalícias, devendo essas cláusulas serem observadas tanto pela Administração Pública quanto pelos inscritos.

A solução ao caso ainda será definida pelo Tribunal do Amazonas. 

PROCESSO Nº 0549668-86.2023.8.04.0001

 

Leia mais

Justiça condena Banco Itaú por cobrar tarifas não contratadas de consumidor no Amazonas

Sentença da 17ª Vara Cível de Manaus reconheceu prática abusiva e determinou devolução em dobro dos valores descontados, além de indenização por danos moraisA...

Plano de Saúde é condenado no Amazonas por negar cirurgia após nova lei obrigar cobertura

A recusa indevida ou injustificada da operadora de saúde, em autorizar cobertura financeira a que esteja legal ou contratualmente obrigada, configura hipótese de dano...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Mesmo negada, tentativa de desconsiderar empresa gera direito a honorários, decide STJ

O STJ considerou possível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios nos casos em que se nega o pedido...

Justiça condena Banco Itaú por cobrar tarifas não contratadas de consumidor no Amazonas

Sentença da 17ª Vara Cível de Manaus reconheceu prática abusiva e determinou devolução em dobro dos valores descontados, além...

Plano de Saúde é condenado no Amazonas por negar cirurgia após nova lei obrigar cobertura

A recusa indevida ou injustificada da operadora de saúde, em autorizar cobertura financeira a que esteja legal ou contratualmente...

Venda casada de seguro prestamista gera dano moral automático, fixa TJAM

A inclusão de seguro prestamista em contrato bancário sem a anuência expressa do consumidor configura prática abusiva e impõe,...