O ministro Carlos Lupi pediu demissão do Ministério da Previdência Social nesta sexta-feira, 2 de maio de 2025, em meio ao escândalo de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS.
Embora não tenha sido diretamente implicado nas investigações, Lupi enfrentou críticas por suposta omissão diante das irregularidades. Em sua carta de demissão, ele afirmou que seu nome não foi citado nas investigações e que apoiou as apurações desde o início.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou Wolney Queiroz, ex-deputado federal e atual secretário-executivo da Previdência, para assumir o cargo de ministro da Previdência Social. A nomeação será publicada em edição extra do Diário Oficial da União ainda nesta sexta-feira.
A investigação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União revelou que, entre 2019 e 2024, entidades de classe descontaram aproximadamente R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas sem autorização. A CGU identificou uma “indústria de descontos ilegítimos”, com indícios de uso indevido de informações cadastrais dos beneficiários e falsificação de autorizações de desconto.
O esquema afetou principalmente idosos e pessoas com deficiência, muitos dos quais desconheciam as entidades que realizavam os descontos. A investigação levou à exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao afastamento de outros dirigentes da autarquia.
Em resposta, o INSS suspendeu todos os descontos oriundos dos acordos com as entidades investigadas. A Advocacia-Geral da União formou um grupo para buscar a reparação dos prejuízos e a devolução dos valores descontados indevidamente.
A demissão de Lupi e a nomeação de Queiroz ocorrem em um momento de pressão política, com a oposição protocolando um requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os sindicatos envolvidos na fraude. O líder do PDT na Câmara, Mário Heringer, afirmou que a saída de Lupi é uma decisão natural e que o partido apoiará a transição.