Em sessão, desembargador aposentado chama filho de ladrão em PE

Em sessão, desembargador aposentado chama filho de ladrão em PE

Durante uma sessão de julgamento da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco, o desembargador aposentado Sílvio Beltrão acusou o próprio filho, o juiz Sílvio Romero Beltrão, de “ladrão” e “ditador”. O caso foi noticiado pelo jornalista Ricardo Antunes em seu blog.

As acusações ocorrem no bojo de um processo de interdição. O desembargador aposentado Sílvio Beltrão vive há dois anos sob interdição judicial a pedido do seu filho. Durante a sessão, o magistrado aposentado afirmou ter plenas condições de gerenciar sua vida e seu patrimônio, como afirmam seus familiares. Uma das alegações é de que estaria senil e teria o mal de Alzheimer.

Em relação à doença, Sílvio Beltrão afirmou que seus filhos utilizaram atestados médicos falsos para enganar o Judiciário e dar a impressão de que ele era incapaz de gerenciar o próprio patrimônio.

O desembargador aposentado também atacou o próprio advogado — que foi contratado pela família — e disse que não o conhecia. “Tenho feito as minhas próprias petições. Fui ao gabinete de vossa excelência, que não estava. Vim embora, certo de que estava tudo correto. Tenho que defender o meu direito. A Justiça é feita para todos, não só para juiz ditador”, afirmou.

Em outro momento, o magistrado aposentado disse que o seu filho era ladrão. “Só vou dizer uma coisa. Sílvio Romero é desonesto. O desfalque da Usina Catende é de R$ 18 milhões”, declarou.

O presidente da sessão lembrou que a questão não estava em pauta, mas o desembargador aposentado afirmou que o que estava em jogo era sua saúde e integridade.

O filho do desembargador, Sílvio Romero Beltrão, atuou como juiz da vara de falências em processos envolvendo usinas de açúcar que foram à bancarrota em Pernambuco, entre elas, a de Catende.

A Usina de Catende encerrou suas atividades em 2012. Cerca de nove mil funcionários estão em busca do pagamento de seus direitos trabalhistas.

Por meio de nota, a assessoria de comunicação do tribunal de Justiça de Pernambuco afirmou que o processo é sigiloso. Leia a nota na íntegra:

Tribunal de Justiça de Pernambuco informa que na sessão da 5ª Câmara Cível, realizada no último dia 2 de agosto, um julgamento que tramita sob segredo de justiça terminou sendo exibido pelo canal do Tribunal no YouTube.

Em atendimento à Resolução 215/2015 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o TJPE transmite ao vivo todas as sessões de seus órgãos colegiados.

No caso de processos sob segredo de justiça, a transmissão deve ser imediatamente interrompida. Na sessão do último dia 2, entretanto, infelizmente, houve uma falha humana e o julgamento terminou indo ao ar. Tão logo tomou-se ciência deste fato, foi providenciada a retirada do conteúdo do canal do Tribunal no YouTube. Todas as providências estão sendo tomadas para que o erro não se repita. Sobre o mérito do que foi discutido, o TJPE não se pronunciará em virtude da vedação legal exigida pelo segredo de justiça. As partes devem adotar idêntico proceder.”

Com informações do Conjur

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