Pastor que incitou maus-tratos a crianças é condenado

Pastor que incitou maus-tratos a crianças é condenado

No dia 2 de fevereiro, a Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Pindamonhangaba atendeu a pedido do MPSP e condenou um pastor que, em vídeo divulgado na internet, aparece defendendo a prática de maus-tratos contra crianças. A sanção imposta por incitação ao crime foi de 4 meses de detenção, em regime aberto, convertida em pagamento de um salário mínimo a entidade pública ou privada com destinação social, a ser indicada na fase de execução. Também por requerimento do promotor de Justiça Jaime Meira do Nascimento Junior, autor da ação, a Justiça considerou o caráter punitivo-pedagógico da pena e determinou ao réu o pagamento de R$ 10 mil a título de indenização mínima por danos morais coletivos. O montante será revertido ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Pindamonhangaba.

Na denúncia, Nascimento Junior conta que, ao falar diante de fiéis em uma igreja evangélica, o líder religioso usou uma interpretação literal de trecho bíblico para dizer que crianças devem ser castigadas fisicamente, tendo como limite para interrupção das agressões o momento em que as vítimas “começarem a morrer”. Em determinado ponto do discurso, o homem afirma: “Você tem que dar varada no seu filho, meu irmão. Depois que ele apanhou das varadas, tem que sair mancando, senão não tem graça”. O vídeo foi postado no TikTok.

Para o promotor, o pastor incitou pais, mães e responsáveis por crianças que assistiam sua pregação a, na melhor das hipóteses, praticar crime de maus-tratos ou, eventualmente, de tortura.

Ao iniciar a ação penal, Nascimento Junior levou em consideração pontos como a gravidade da conduta, o fato de ela ter sido praticada durante a pandemia de covid-19 e pouco tempo depois da morte do menino Henri Borel para deixar de oferecer ao réu benefícios como transação penal ou suspensão condicional do processo. O Judiciário discordou desse entendimento e determinou a remessa dos autos ao procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo. Em sua manifestação, o PGJ reforçou a tese defendida pelo promotor do caso alegando que “muito embora o acusado não ostente qualquer anotação criminal pretérita, a aplicação de medidas despenalizadoras não atenderá aos postulados da prevenção e retribuição pelo fato ocorrido, ante a maior reprovabilidade e culpabilidade de sua conduta, pela sua personalidade deturpada e pelas circunstâncias dos fatos, estando ausentes requisitos subjetivos para a concessão do benefício”.

Cabe recurso da decisão.

Com informações do MPSP

Leia mais

Massacre no Rio Abacaxis: policiais militares viram réus por assassinatos e ocultação de cadáver

A Justiça Federal no Amazonas recebeu três denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus onze policiais militares envolvidos na morte de...

TCE-AM suspende licitações da Prefeitura de Barcelos por ausência de transparência

Com fundamento no poder geral de cautela e na Resolução nº 03/2012 do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), o Conselheiro Érico...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

STF condena, à unanimidade, Carla Zambelli a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do CNJ

O Supremo Tribunal Federal, à unanimidade, condenou Carla Zambelli a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do...

MPF abre novo período para instituições interessadas em receber doação de mais de 5 mil livros

O Ministério Público Federal (MPF) prorrogou o período para manifestação de interesse em lote com 5.025 livros voltados para...

Massacre no Rio Abacaxis: policiais militares viram réus por assassinatos e ocultação de cadáver

A Justiça Federal no Amazonas recebeu três denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus onze policiais...

TCE-AM suspende licitações da Prefeitura de Barcelos por ausência de transparência

Com fundamento no poder geral de cautela e na Resolução nº 03/2012 do Tribunal de Contas do Estado do...