Medicamentos fora da lista oficial do SUS devem ser fornecidos pelo Estado do Amazonas

Medicamentos fora da lista oficial do SUS devem ser fornecidos pelo Estado do Amazonas

O Direito à saúde é fundamental e o Tribunal de Justiça do Amazonas vem consolidando seu posicionamento quanto a esse conteúdo, com a advertência de que a prerrogativa constitucional à saúde é inalienável, direito de todos, e ao Estado incumbe o dever de prestar assistência a população amazonense. 

Nos autos do processo n° 0630721-02.2017.8.04.0001, a autora da ação pleiteia o fornecimento do medicamento “Belimumab 120mg”, que é o mais adequado para seu tratamento pois possui “Lúpus Grave”, doença autoimune, com comprometimento de outros órgãos e sistemas. No entanto, esse fármaco não consta na relação nominal de medicamentos essenciais do Estado. A interessada relata em petição inicial que já tentou fazer o uso de outros medicamentos, porém, o seu organismo não teria reagido à contento.  Por tratar-se de remédio de custo muito elevado, e considerando a hipossuficiência da requerente, e mediante a ausência de resposta do Estado, socorreu-se ao judiciário.

Em sentença, o juiz Cezar Luiz Bandiera, da 5ª. Vara da Fazenda Pública, reconheceu a obrigação de fazer determinando que o ente estadual fornecesse medicamentos fora da lista do Sistema Único de Saúde – SUS, sobrevindo recurso de apelação que chegou ao TJAM. 

A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais- RENAME – compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS. Esse procedimento decorre pelo fato de que o poder público assegure a saúde que é direito de todos e dever do Estado. 

O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento pacificado no sentido de que é possível o fornecimento de remédios não incorporados à Relação Nominal de Medicamentos Essenciais e, para o Tribunal de Justiça do Amazonas, “os direitos à saúde e à dignidade humana devem sempre prevalecer em relação a qualquer outro interesse estatal, já que sem eles os demais interesses socialmente reconhecidos não possuem o menor significado”. 

Com esse entendimento, a Primeira Câmara Cível do TJAM, à unanimidade de votos, negou provimento a recurso do Estado nos autos, no qual a Procuradoria Geral do Estado visava alterar a decisão de primeira instância. 

Confira o acórdão:

Loader Loading...
EAD Logo Taking too long?

Reload Reload document
| Open Open in new tab

Baixar arquivo

Leia mais

PGE-AM nega preterição e afirma cumprimento de edital em concurso

Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado do Amazonas manifestou-se sobre informações publicadas na matéria “MP apura suposta preterição indireta de aprovados em concurso da...

Justiça condena réu por corte raso de 85 hectares de floresta no Amazonas

A destruição constatada no processo se deu por corte raso, técnica de desmatamento em que toda a vegetação de uma área é completamente suprimida...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

STF concede prisão domiciliar humanitária a Fernando Collor

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta quinta-feira (1º) prisão domiciliar humanitária ao ex-presidente...

Governo define lotação de 370 aprovados no CNU

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) definiu os locais de lotação dos primeiros 370...

Anvisa volta a interditar pasta dental da Colgate

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a interditar cautelarmente o creme dental Total Clean Mint, da marca Colgate,...

Nova tabela do IR entra em vigor; veja o que muda

Começou a valer nesta quinta-feira (1º) a isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) para quem recebe até R$...