Amazonas Energia é condenada a restituir em dobro valores cobrados indevidamente do consumidor

Amazonas Energia é condenada a restituir em dobro valores cobrados indevidamente do consumidor

Em ação contra a Amazonas Energia a consumidora Luzinete Silva indicou que sua conta de luz fora lançada em valores abusivos que se revelaram por não refletir a realidade do consumo que fazia da energia elétrica. O judiciário, concedendo o pedido de obrigação de fazer, determinou que a concessionária efetuasse a devolução em dobro dos valores cobrados, porque a quantia que de fato fora paga restou comprovadamente indevida. Em segunda instância o apelo da concessionária foi julgado improcedente em voto condutor de Elci Simões de Oliveira. 

Consta no julgado que o consumidor tem direito de receber em dobro os valores cobrados, quando pagou quantia indevida, em decorrência de falha na prestação do serviço. Acolheu-se, desta forma, a narrativa de que a concessionária de energia lançou valores abusivos que não refletiam a realidade do consumo destacado na ação.

O julgado abordou que a restituição dos valores cobrados indevidamente era a medida jurídica correta, e assim, determinou a devolução pela concessionária à consumidora dos valores cobrados indevidamente, por reconhecer que a concessionária teria agido de má fé em detrimento do código de defesa do consumidor. 

O julgado trouxe à baila posicionamento do Superior Tribunal de Justiça que se firmou no sentido de que “os valores cobrados indevidamente devem ser devolvidos em dobro ao usuário, nos termos do art. 42 do código de defesa do consumidor. A empresa foi condenada, também, à compensação de danos morais. 

Processo nº 0611949-88.2017.8.04.0001

Leia o acórdão:

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL JUIZ PROLATOR: MANUEL AMARO DE LIMA APELAÇÃO CÍVEL Nº 0611949-88.2017.8.04.0001 APELANTE: LUZINETE NEVES DA SILVA. Apelação (consumidor). Obrigação de fazer. Energia Elétrica. Pagamento emexcesso. Repetição de Indébito. Possibilidade. Danos Morais. Configuração. Condenação. Valor razoável. 1. O consumidor tem direito de receber em dobro os valores cobrados, quando pagou quantia indevida, em decorrência de falha na prestação do serviço. 2. Para configuração do dano moral, devem restar comprovados o ato ilícito, o dano e nexo de causalidade, indenizando-se a parte em valor proporcional à ofensa experimentada. 3. Apelação conhecida e provida.
2ª Apelação (concessionária de energia). Obrigação de Fazer. Energia elétrica. Cobranças. Valor Excessivo. Ônus probatório. Concessionária. Reconhecido. 1. É dever da concessionária de serviço público provar que o aumento abrupto do consumo de energia possui causa, especialmente, quando a medição mensal mostra-se linear. 2. Cabe ao réu, o ônus da comprovação de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
3. Apelação conhecida e desprovida.

Leia mais

Não é razoável que quem cumpre uma sentença depois tente recorrer; o ato é de resistência sem causa

O caso começou como uma típica ação de busca e apreensão: a administradora de consórcio ingressou em juízo para retomar uma motocicleta após o...

Liberdade de cobrar juros não é salvo-conduto para práticas abusivas, diz Justiça contra Crefisa

A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas decidiu que a liberdade das instituições financeiras para fixar juros não é absoluta e...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

STF reconhece a omissão do Congresso por não taxar grandes fortunas

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (6) reconhecer a omissão constitucional do Congresso por não aprovar o...

Moraes assume presidência temporária do STF

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, preside nesta quinta-feira (6) a Corte interinamente em função da participação...

Supervisor que omitiu acidente de trabalho deve ser despedido por justa causa

A 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) confirmou a despedida por justa causa de...

Prova de DNA é considerada inválida por uso de amostra emprestada de outro processo

Uma amostra de DNA coletada em um local de crime precisa ser comparada diretamente com o perfil genético do...